Cacela, Velha e Formosa
Cacela Velha, apenas a 16 km da sua Quinta da Baleeira, é uma aldeia singularmente formosa.
Situada numa elevação arenosa, branca e luminosa, sob a influência dos ventos amenos e quentes do Sul, desempenhou um papel importante na defesa da costa e da biodiversidade. Defende o extremo leste do Parque Natural da Ria Formosa, para um futuro melhor e mais sustentável.
Em Cacela encontram-se o Mar, a Terra e o Céu, e com eles a Humanização, a dualidade e o contraste, numa harmonia sã.
Foi cobiçada por muitos povos que deixaram as suas influências, mas terá sido a civilização Árabe que a marcou de forma definitiva. O seu gosto pelo conhecimento, as palavras, os poemas, os contos e as lendas ainda hoje tem rasto em Cacela através dos poemas afixados nas paredes das suas ruas centrais.
Vigia da Natureza e dos Homens
No alto da aldeia, o Castelo ou Forte de Cacela terá sido origem no séc XI e sujeito a várias reconstruções nas ondas do tempo. Sobranceiro à Ria, vigia o mar e defende a costa.
A natureza defensiva de Cacela moldou o ordenamento territorial, dispersando a população que se distribuiu entre Quintas e Fazendas (mais prósperas) e Montes e Casais (mais modestas).
Pesca e Agricultura
Historicamente, as atividades relacionadas com o sal, a pesca e o marisco, conviveram com a atividades hortícolas, frutícolas e cerealíferas, revelando a influência dos povos Mediterrânicos, que também a povoaram.
O Mar também é Terra
Os seus pescadores também cultivavam a terra, os agricultores eram pescadores. Talvez por isso a Ria seja povoada por talhões de pequenas Hortas, que em vez de plantas produzem marisco.
Cacela – a velha – mas tão moderna e atual na sua estratégia para o equilíbrio, entre a Humanidade e a Natureza, as suas plantas e os seus animais.
Porque, como escreveu Fernando Pessoa, através do sentir de Álvaro de Campos (o seu heterónimo de Tavira e engenheiro Naval) … “O mar também é terra”