A relação de Portugal com as árvores, a agricultura e o ordenamento do território tem sido muito particular ao longo dos séculos. A vocação marítima de Portugal, aqui tão na borda da Europa, tem tido um papel crucial no território e nas gentes portuguesas, moldando o seu caráter, a sua forma e cores.
A necessidade de madeira para a construção das embarcações nas Descobertas de Portugal, assim como para muitas outras utilizações (aquecimento, construção de utensílios, mobiliário), a desertificação provocada pelas pestes e consequente fuga para as cidades, a vida difícil no campo e na agricultura conduziram a escassez de mão de obra, de árvores e de lenha e seus derivados.
O poder central, ciente deste facto, cedo criou legislação para defender as árvores e a agricultura, assim como as indústrias derivadas.
Há quase 650 anos foi decretada pelo rei D. Fernando a Lei das Sesmarias, em 28 de Maio de 1375, com o objetivo primordial de obrigar os proprietários a cultivarem as suas terras.
Fruto desta obrigação, Tavira e o seu termo eram, até meados do século XIX, profusamente arborizados, tal como todo o Algarve. Os seus arredores eram florestas, a cidade um bosque.
A Guerra civil entre 1832-1835 trouxe disrupções e mudanças as quais, aliadas á chegada da Idade Moderna conduziriam à perda gradual da perceção da importância das árvores. O estilo de vida mudou, as árvores e as sombras reduziram o seu espaço e o calor aumentou.
Gostamos de árvores. Tanto que a nossa Alfarrobeira centenária é o nosso símbolo. Ligeiramente imperfeito, como a Natureza, a lembrar-nos que as árvores são importantes, mas frágeis.
Faça a diferença, plante uma árvore e veja-a como ninguém vê.
Se for em Tavira tanto melhor, crescerá rápida e feliz para nos dar sombra e construir um futuro melhor.