Sal, o ouro do mar

O sal (cloreto de sódio) desempenhou um papel importante na História dos Povos, sendo por todos apreciado. Começou a ser usado há cerca de 5000 a 10 000 anos, no Neolítico.

A agricultura substituiu a caça e a alimentação passou a ser mais pobre em Sódio. Para compensar a sua falta, os alimentos começaram a ser consideravelmente salgados. O sal, importante para a conservação e palatabilidade dos alimentos, tornou-se apetecido, escasso e muito valioso. Só depois da Revolução Industrial se tornou um produto acessível e barato.

Depois da Conquista do Algarve aos Mouros foi necessário administrar o povoamento, a posse das terras e o poder local de Tavira. No foral de 1266 o Rei D. Afonso III, ciente do valor das salinas e do sal de Tavira, reclamou para si s sua posse:

  “Retenho para mim e todos os meus sucessores, todos os fornos de pão e todas as salinas, construídas ou a construir em Tavira e seu termo…”

Contudo, a utilização do sal em Tavira remonta a muito tempo atrás, pelo menos desde a presença dos Fenícios. A utilização do sal pelo Homem, assim como outros intensificadores de sabor, remonta à Pré-História, embora seja difícil o seu estudo arqueológico. Para além de ser solúvel, não deixa resíduos.

Salinas e Biodiversidade

O sal e a flor de sal de Tavira são obtidos a partir da água do mar, do sol e e do vento, respeitando a Natureza e os seus ciclos.

 A produção de sal e de flor de sal, de forma tradicional e artesanal, só é efetuada durante os meses de Verão (Julho a Setembro).

 As salinas de Tavira, em pleno Parque Natural da Ria Formosa, acolhem uma grande diversidade de fauna e flora e têm grande importância na sua preservação. Servem para o repouso a muitas aves em migração.

Sal e flor de sal

A água do mar é armazenada e evaporada (nos viveiros), aumentando a concentração do sal até á sua cristalização (nos cristalizadores).

O sal deposita-se no fundo do cristalizador, de onde é recolhido para secagem, armazenamento e moagem.

A flor de sal é menos densa e fica à superfície, formando flocos que são recolhidos, diária e cuidadosamente, para secagem e acondicionamento. Não é moída.

Sal e vida Slow

A produção de sal reflete o estilo de vida Slow de que tanto gostamos, em comunhão com a Natureza e seus recursos.

Não podemos apressar o sol, nem o vento, nem o mar. E para nascer o sal é preciso esperar.

Kilometro zero

Poderá comprar o sal e a flor de sal de Tavira nas salinas ou no Mercado Municipal de Tavira, muito perto; aqui poderá comprar alimentos sazonais e mediterrânicos, celebrando aas estações.

O sal acompanhará muito bem a frescura dos alimentos locais, na preparação e confecção dos alimentos (sal) ou no momento da refeição (flor de sal).

O Sabor do Sal

O sal e a flor de sal de Tavira são mais ricos em minerais, em sabor e complexidade do que o sal refinado. Este facto deve-se á naturalidade do processo de extração, sem processamento posterior.

A flor de sal, devido à sua maior hidratação, dissolve-se mais lentamente na boca, potenciando o sabor e textura, sendo muito apreciada pelos Chefes e pelos gastrónomos.

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